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domingo, 1 de dezembro de 2013

Cronômetro do pulso

 Quando o pote encontra a tampa, a vela a chama, o volante a mão, a maçã a sede da boca, eles sentem alivio como quando o homem encontra a chave perdida? Só o homem sente o prazer das coisas? Ele é a sensação da torneira que é aberta e jarra água? Mas ela não sente o alivio, pois é concreta. A abstrata forma do homem faz a realeza das belezas. Sentir é vida. O vento também pulsa?

Prive-se de entregar a felicidade nas mãos da matéria, se não é dela que vem o teu sorriso real, e nem ela sorri ao te ver. É tudo um sistema, se sorrir ou falar frases programadas, é porque alguém programou sem ao menos te conhecer, só pra te fazer comprar, mas isto, não o conhece. Sai dessa.
Quando alguém corresponde tua ligação, a sensação é maior que todo esse entulhe de bens, não é? Abrace as energias da vida, essa é a graça, e não as programações relâmpagos da estação.
Como só quem come possui o prazer ou a ardência no paladar. Sinta. Exista. A face do cronômetro da vida é vaga, vai além de números, enquanto ele mede o tempo não seja o ponteiro passando. Seja os segundos intensos agindo sobre os ponteiros tecnológicos.  Como fogo que queima na água parada, em um copo ou uma caixa de água.

 
Samantha Schepanski

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