Falar sobre sexo é um assunto embaraçado, assim dito por quem não busca compreensão de si, não há como nega-lo já nascemos com ele, os instintos estão na pele.
Inúmeros cartazes, holofotes, comerciais, entre meias falas de filmes, palestras abertas, estão a disposição esperando atenção para serem ouvidos, e compartilhar do afeto verbal. Esperando uma vírgula para entrarem em cena no encarte.
Há quem seja mais tímido, e cultive um impasse esperando alguém com que tome o primeiro passe em entender a quietude de suas profundezas. Outros, tagarelas, outros buscam humor nas palavras ao encontrar confiança a quem posso contar sobre suas dúvidas e fantasias, numa boa, como se fosse falar sobre a piada no papelzinho do chiclete, ou um assunto comum. Cada qual tem a sua personalidade, o seu jeito de interagir e se recolher.
Como há também a versão dos pais, o jeito que eles se posicionam hoje é o cristal do passado, são cheios de crenças cristalizadas que passaram a guiar a vida mediante as informações que tiveram. Alguns possuem a mente extensa, permitiram abrir com o tempo. E outros, permanecem no tempo dos Dinossauros, melhor no tempo da Cegonha, em que falar sobre é algo desconfortável comportamento, gerador de polêmica, vergonhoso, como se um pecado. Do saco da mesma ideia de que rock n’rol é satânico, e os solos do Jimi Hendrix são suspeitos. Ideias ultrapassadas dos tempos. Sexo è importante, cheio de responsabilidades e prazeres. Nele mais importa uma estrutura psicológica do que a idade.
Quando pais e filhos estão juntos com a oportunidade de abrir os cofres do universo, falham e falam sobre o córrego que acompanha a estrada, rosnam em vez de falar, fazem da piadinhas para tocar no assunto e assim dizem “filho temos total liberdade para falar sobre tudo”, e na verdade não tem nada. Apenas ironias esbanjando graça em vez de confiança, nadando contra o fluxo natural da vida.
Alguns pensam que os seus filhos estão na Porra-louquice da juventude, e não queiram nada com nada, e por vezes não se manifestem por não verem um quadrado do sofá vazio e uma compreensão para dar ar.
A liberdade de expressão é linda, e pode ter um relacionamento aberto com os pais, mais ainda. Muitas vezes, muitos se sentem inseguros para falar disso com as mães, mas é uma forma mútua de respeito e confiança que existe entre as duas partes.
Sempre abrolha aquela dúvida como ‘o que minha mãe vai pensar?’. Mas é fase de florescer crescer e para isso é preciso abrir-se. Principais erros são mentir, fugir do assunto e tratá-lo como proibido.
Falar sobre sexo com os filhos é um barral que muitos pais ainda encaram, seja por falta de tato, dificuldade em encontrar a linguagem apropriada ou pelo fato do assunto ser um tabu para os próprios adultos.
Os pais têm de encarar isso como uma coisa natural e responder às perguntas. Da mesma forma que for entendido como um assunto suave para eles, será para ambos, as energias vão fluir.
Se um assunto subconsciente for tratado com receio, futuramente ele se desenrolara em um embaraço. Cuidado. O que pensa, é o que cativa. Tudo que é da vida é natural, acostume-se. Desenrole-se de si mesmo, veja a vida de outro jeito, te garanto vai te surpreender de ver tanto medo desnecessário.
Crianças bem informadas e que têm liberdade para conversar sobre sexo em casa correm menos risco de sofrerem abusos.
Talvez um esteja esperando o outro para tocar no assunto. Seja o primeiro a dar o passo antes mesmo que você jovem acorde com o pai batendo na porta do quarto com uma Jhontex aberta na mão, que estava perdida na penumbra da sala da noite passada. Perguntando isso é seu? E com voz seca dele, sinta a altura da desconfiança falecer. E ouvir: Eu que achando que você fosse a(o) virgem da casa.
Samantha Schepanski
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