Pages

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Menina maloqueira


Alicia, e seus pensamentos aliciadores
Ela só queria um Rasta, para poder deitar em seu peito, falar sobre vida, contar a história do seu livro preferido convencendo que é o melhor que já foi publicado, ter papos malucos sobre et’s, juntos irem ao show de Bob Dylan sintonizado na liberdade do pensamento, abraçados enquanto caí à chuva fina em campo aberto, andarem de bicicleta entre o bosque invadindo um pico para verem a noite clara em lua cheia.

 Em dias frios brindar vinho tinto em frente à lareira enrolados na mesma coberta feita de recortes coloridos, com as pernas transadas á baixo dela esquecendo de todo frio que há lá fora. Essa mesma coberta é parecida com a que eles levam na barraca que combina com o cheiro dos incensos.

 Durante a semana andar de mãos dadas, tomar sorvete de limão, nos finais de semanas de carro, talvez sem destino, mas com o som certo. Aos domingos, abandonar a poltrona parasita do domingo. Pegar o volante e perder o controle em algum lugar distante, sempre vestindo ideias nuas fazendo os pensamentos como uma montanha russa, dando os maiores saltos 3D da consciência. Não abrindo mão das quartas-feiras, só deles, depois do jogo de futebol com o moletom todo suado o beijo unindo os dois corpos.

Talvez num domingo de Sol, visitar uma trilha, se escondendo entre os reflexos do sorriso do Sol triturando a saudade, que pesa o peito. Jamais matando a vontade de viajar juntos.
 Ah! Ela só queria um Rasta, para juntos deitarem na grama ou na cama e tocar um reggae no violão, escorada nele ouvindo as batidas do peito, enquanto os pássaros extasiados dançam, completando a harmonia, competindo quem é capaz de fazer o outro mais feliz.

A vontade dela é reinventar todo dia uma nova forma de amar, e como ecoa na música dos Engenheiros do Havaii "namorar á luz do pólo petroquímico". Perto de a noite saudar o por do sol, em roda dos fios encaracolados das folhas que são sacudidos pela brisa fresca que chega à frente deles, há um riacho, aonde todas as árvores vêm mergulhar no fim da tarde. No escuro do céu sentar no capô do carro ver as estrelas enquanto o mundo gira em movimento, vendo eles parados fazendo a maior turnê. 

E na cozinha, fazerem comida como quem faz amor, depois de um dos prazeres satisfeitos, dormir assistindo filme e acordar entre seus braços suados, com o perfume um do outro na blusa, sem preocupação de acordar descabelada, pois ele faz carinho para arrumar os seus dreadlock.
Na parede do quarto dele, escrever com tinta preta alguma frase inglesa de uma música sobre eles dois, até a parede vir a ser demolida, um dia.

Ela só queria chamar de seu, ele para chamá-la de pequena, queria um Rasta para amar e viverem felizes para sempre, felizes feitos tolos.
Alicia queria um Rasta para aliciar sua vida, seu coração não é o único que bate no mundo, mas sabia que Deus guardava outros pães, porém os jovens não sabem muita coisa, mas o que ela sabia é que queria alguém com sentimento bom, que não fosse apenas à vontade que os corpos têm de se abraçarem. Desejava parar de escrever incansavelmente para as paredes. 



Samantha Schepanski

Nenhum comentário:

Postar um comentário