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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Para e enconsta

Ele encosta o carro, apaga o farol, joga o cigarro pra fora da janela. Mas o cheiro da fumaça do cigarro continua impregnando nos dedos querendo cutucar o perfume dela, poderia esconder os dedos dentro da jaqueta de couro, mas o calor transborda e não há jaqueta alguma. 

Ela sai atrasada de casa correndo com o calçado na mão. Ao abrir a porta cifras de suavidade pelo ar, tocando aquele reggae manso dizendo querer só amor e paz e o olhar aceso como o pulmão da história dizendo controvérsias ocultamente. Velhos disfarces sonoros, cumprimentos, desamarram vozes.

Sorrisos explosivos em meias curvas provocantes. Ela pede pra ser levada pra outro lugar, longe dali, quilômetros distantes, mais perto dela.

Roupas incomodam o corpo, as tatuagens cheias de segredos começam a aparecer pelo corpo. Ela solta o sutiã, ele firma as mãos, braços querendo ficar soltos mas querem prendem-se, as pernas bamboleiam, mas não pela indecisão dos braços. Vestes desfiguradas pelos golpes e bagunçadas pelo suor.

No alto da noite atrás das folhagens das cerradas alfaces ouve-se os uivos saírem do carro, gritos selvagens sacudindo os vidros fazendo suar e balançar os ventos.  Rodavam pelo carro e os pneus nos seus lugares.

Tremem de tanto querer, de tanto pulsar. Ela adora as incríveis ruas e curvas, que ele a leva, que eles fazem. Quebrados soltam pelos bancos pó-de-me-ame.
A solidão dos bigodes de arames farpados varressem se transformam em algodão na pele da moça.

Ao alvorecer sem saber, já estão em frente ao mar que chama o humilde fiapo de água para sentir o sol cintilar. Os pescadores jogam redes enquanto o sol se ergue. E o mar lambendo a areia parecendo sorvete.

Mais uma data no calendário dos prazeres, deságua no peito, desperta a calma.


Samantha Schepanski 

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