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domingo, 26 de janeiro de 2014

Qual é a sua paz?

Escorada na copa, sossegada, em volta da roda de amigas. Fazia-se de escanteio, para poetizar em tal espaço, ressabiada das verdades que saem escondidas entre as taças, que com um gole traz verdade é revelada. 
 
 Ela se pegou olhando para a cara da festa e se enxergava nos poemas, por mais clichê que fosse, era o que estava sentindo ou vestido àquela noite. Achava a festa inteira óbvia, as pessoas óbvias, as roupas óbvias. Nunca se viu tanto querendo sair de um lugar, aquele já não lhe cabia mais. Via-se sozinha na medida em que achava o mundo inteiro babaca. 
 
Não acredita na verdadeira felicidade que vem da boêmia, acredita nos perigos reais que ela traz e em suas poesias. Pessoas que vão atrás de um espaço para preencher o vazio que sente no peito de maneira covarde, que não está estruturado em sua alma e em volta a onde o seu corpo mora. Por palavras mal interpretas e inaladas, deixando de serem resolvidos de frente e peito. 
 
A felicidade real não se encontra no veneno da embriagues e olhos estrábicos para a realidade. Onde muitos trilham essa estrada, alguns só nos finais de semanas, outros se viciaram tanto que já não para mais e vão durante a semana também, por vezes dinheiro contado ou não. 
 
A quem peça dinheiro a mãe para fugir da realidade, se achar um cara legal diante um fato revirado, mas ao colocar a cabeça no travesseiro tudo vem a ser derradeiro a pesar, a pensar. Acredita que a cura seja vomitar toda a amargura, mas por mais que muita coisa saia pela garganta, ela permanece entalada. 
 
O status naquelas luzes pisca a piscas, consiste em fotos tiradas, à aparência por um cabelo loiro, a chave do carro mais caro. E não em estar ao lado de quem sinceramente aconchega os freios, reconhece os seus medos e te acama de versos.
 
Sua heresia sempre foi um mundo cheio de alegoria e amor, mas sem sabedoria. Hoje acordou cansada de vestir essa fantasia... Seu pensamento trocou o seu guarda-roupa, para sair desse padrão de ilusão. Está pronta para adornar a paz.
 
 
 
Samantha Schepanski

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