O avião que corre céu entre fumaças e algodões por cima das cidades, pobres e maiores, arcos e flechas, carroças e rodas, pedras e folhas, compras e pedidos, carros e murros, inverso e o perverso. Sobrenada tanto que parece tocar o universo, até sumir aos olhos dos homens que o vê em uma linha imaginária.
Planeiam que dentro do avião todos estão perfumados, roupa passada, com suas malas arrumadinhas, dinheiro correndo o céu. Mas na verdade o avião está queimando por dentro. Ele está sem passageiros, a não ser uma noiva solitária que estava prestes a casar, mas foi abandonada.
O Aeromoço traga os olhos dela e tudo se transforma em fumaça ao redor deles até fora do avião. Ele sem camisa revestido de tatuagem, com um par de tiras pretas presas ao ombro, e calça social, com um calçado que sorri combinação. A oferece uma bebida com um sorriso torto diminuto e quente, só para impressioná-la. E começam os desejos.
A noiva solitária carente de todas as caricias da musica da entrada da Igreja, com lágrimas guardadas no lenço, se aventurou na guarda candente do Aeromoço. Ele invadindo a privacidade e poltrona dela, e as lágrimas perdidas pela poltrona, oferecendo um bolo que parecia um pequeno planeta e gotas de arte, serviu a boca saciada dela um copo de uísque com os olhos fixos um no outro, olhos verde com olhos negros.
Despertando o devaneio, saindo do ambiente com letras decorativas em gaélico nos panos e taças. A meia calça preta sete oitavos dela enrosca no zíper da calça dele que passava pela perna dela.
Ele senta para tirar o nó enroscado, e os perfumes se enroscam, se cheiram por eles, um gritando pelo outro. Um desejo vago, e ele vêm afago, ela querendo devora-lo. Dá no pé com ares de que não quer companhia, mas mão junta com mão, e os átomos desde o menor hormônio se explode dentro do avião. Pior que ele sabe que ela o adora, diz que não o beija, mas ele a agarrar na agora. Com cigarro no dedo do jeito que a apavora, sendo seduzida quer ser levada embora. Entregue horizontalidade ao prazer. O sol vai embora e os corpos se encontram na posição horizontal.
Se perdiam nos sonhos molhados, poltronas inclinadas, entre pernas abertas, no abraço apertado e beijo estalado.
A janela já não cabe mais para observar e conta às estrelas a dedo na casa das observações. Agora ela serve para os dois se escorarem. Quem via de baixo, não via o cabelo revirado na janela.
As horas e o álcool passavam pelas costas ossudas. Não discutem sobre a origem do café, sobre a coleção de pôster e filmes. O elefante quer cafuné. Beijo objeto isso não está certo, mas o gênio saiu da garrafa, as estrelas com a lua fazendo orgia, e dois se amortecendo. Prazer carnal sacudia as turbinas do avião.
Tanto prazer, que quase se esqueciam de gemer. Corpos se equilibravam em dois assentos, os pés não alcançavam a cama, mas iam além. Rolando de um lado para o outro as pernas entrelaçadas viam estrelas, a calcinha dela pelo corredor, quase cai do céu por algum misero buraco. De repente nesse sambinha bamba era o som predominante por todos os cantos.
Ele socava tanto, remexiam o corpo todo, que até as roupas que estava em cima da poltrona foram sugadas para dentro da poltrona, o avião tremia tanto que se perdeu entre as folhas de Bom Jesus das Selvas.
Samantha Schepanski
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