Inúmeras agendas abertas sobre colchão no chão batiam as folhas querendo criar asas para voar pela janela, os sonhos dentro delas, queriam trazer a realidade para a moça de cabelo cacheado jogado para o lado esquerdo. Essas coisas de ver a luz de fim de tarde laranja forte misturada com azuis de começo de noite, aqui e ali sempre tem um lilás e um rosa no céu, isso que dá vontade de pintar aos sonhos.
Sem saírem entre as grades vermelhas do portão da frente da casa, pois não gostam de se curvarem, gostam de morder as grades da intolerância em dizer que eles não existem, querem mesmo é voar. Aventureiros têm de querer a emoção de sentir as alturas, consideram e apreciam a queda macia, esse não é o seu medo, seu medo é de não sair do chão. Já nascem sendo planos por natureza, desde que um bebe ao nascer vem a encostar seu corpo ensanguentado nos panos brancos. Mas cabe a quem vive com eles plantar ou matar.
Sejam tolos os sonhos ou gigantes, pequenos, ácidos, suave, ou doces todos são únicos para o planeta por mais que sejam parecidos com o padeiro ao do jornaleiro, eles possui uma circunflexa diferente para se chegar ao cume, até abordar ao orgasmo da realização.
Cada corpo possui um mapa, nem todos caminham pelas mesmas pedras no mesmo caminhar, alguns já as chutaram, deixando livre para o outro, outros as acumulam num espaço secreto, outros nem passam por elas, saltam por cima. Todos já possuem experiências ao passar por elas, e as nutrem usando a força da tristeza, caminhando pelos quilates do entusiasmo. São tantos rastros no chão, carregando tantas histórias, indo para o mesmo lado, não há como generalizar todas, assim a toadamente.
O milionário de sonhos, contou para as cortinas da sala e o passarinho que o observava na sacada o viu, e veio me contar o que ele sussurrava, conversando com seus pensamentos altos. Que o que o mantém as pessoas avulsas no mundo é permitir sua alma sem suporte para concretizar. Pois constroem sonho em cima de sonho, e acabam por se tornar apenas sonhos.
Sonhos sentem sede de contrariar o mundo, mas os homens não bebem dessa água fervente, engolem as mentiras contagiadas de acreditar que o mundo é monótono e as pessoas são iguais, assim vivendo em gaiolas enfeitadinhas de mentiras. Por não pagarem o preço pelo o que se quer, mas se apegar a ideia de que se quer, deixando o Diabo fazer cócegas e iludir-se que ele não existe, para não sentir arrepios de gelos escorrendo sobre a espinha.
Com os olhos fechados tocam em sonhos, criando outros sozinhos de tanto sonhar, por que eles não têm medo do escuro, quem tem são os homens, que praticamente dormem em seus calabouços mentais, orbitando em uma existência dissonante, vagueando em nuvens, assim resvalando em sensações confusas, por não agirem, ficar tanto á imaginar. Esquecendo que eles quem precisam os acordar e são tantos.
A raiz tem que ser sempre forte para impedir as trevas de corta-la, ocasionando uma grave labirintite emocional, num piscar de almas.
Nada caí do céu, até a chuva se cria. Acelerar os cavalos do pensamento abrevia tantas linhas mal lidas. Decorar com a língua as falas dos filmes românticos todos sabem, quero ver é viverem essa realidade que a tevê é testemunha.
Não se transforme em sonho, você é um universo, criador, responsável pelo aceleramento da sua própria vida, dono da energia do seu mundo que contagia tantos outros. Se fizer isso, provavelmente os sonhos não agradecerão aos crentes de desilusão, que eles existem tão-só para os ricos aquisitivos. A maior riqueza constrói-se na alma e nenhum ladrão leva.
Nunca me deparei, ou ouvi falar de quem encontrou o seu sonho enlaçado na porta de casa, apenas um presente surpreendidamente do merecimento da vida, um bebê em uma cesta talvez, faça você por existir sem precisar alguém te julgar merecedor. Você nasceu já é um vencedor.
Samantha Schepanski
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