Entre os sorrisos dos velhos e das crianças, prefiro os dos velhos, por expressarem nos lábios dizendo sobrevivi há todos os tempos.
Desde o ventre, a criança vem feliz dançando, mesmo estagnada de sangue por tudo, expressa vitalidade, até quando chora o choro são ingênuos, por motivos pequenos, que pelos grandes seriam ignorados, mas ao vê-los assim ganha graça. Riem sem saber por que riem, por estar sem preocupações na cabeça, um talão de conta pendurado na geladeira. Por verem uma borboleta azul passeando na parede crua. Por serem livres, ainda tão indefesos.
Crianças aprendem a lidar com os problemas com certa leveza, de desejar que os pensamentos ruins e as mágoas se escondam num cantinho escuro e que quando forem procurar não estejam mais lá.
Os velhos, de bater de frente com a compreensão, de quebrar o mal e as suas raízes com suas próprias mãos, haja o esforço que for, e os pingos de suor que revestiram o corpo. O importante é esclarecer para não ficar pinicando na mente coisas fúteis, levando junto para o seu cadáver o seu último acorde. Pois há tempo para tudo e ao mesmo tempo pouco tempo. Por isso a intensidade sobressai.
Seus olhos que já passaram por cima de tantas névoas, sabem disso. Entendem bem, sobre náuseas e superações, sabem que tudo é tão imprevisível e poluído, num dia se desenha a vida toda na folha e no outro faltam lápis... Margem. A vida é de quem tem criatividade independente da idade. Assim criam-se novos dias pintando a cara da monotonia.
Toda fragilidade da criança ao ver o mundo pela primeira vez e a crueldade de um churrasco. Nenhum pequeno ser brinca em serviço, o mundo não é um parque de diversão. Pequenos seres de luz, que ensinam abismos intermináveis. Aos seus pais, a flor que nasce da terra, são as novas ideias, como uma pontinha da montanha que prepondera acima da cerração.
Desde pequenos, preparam-se para as trevas do mundo a combater, que não vivem sós na gaveta as historinhas de Super Heróis lidas antes de amanhecer, as quais hibernam por um período cuja duração o futuro tem a condições de decidir.
Ensinam os bons cabelos brancos, que o equilíbrio não é estático. E sorriem com a alma ao verem um jovem passar por eles, verem o seu passado, e sentirem que tudo faz sentido até mesmo quando tudo parece perdido, é a vida agindo, descabelada em meio aos ventos que trazem o amanhã.
Mais do que ensinar as receitas mais inibidas da cozinha, informam a preencher o peito de amor, ser capaz de perdoar e amar... Amar e amar de novo... Mostrar que é de verdade, ser quem é que isso hidratará os lábios dos pequenos a sorrirem com lembranças boas, ao balançar da cadeira no fim de tarde. As meninas vestirem vestido de lunetas e os meninos de gravatas pretas se houver outra maneira de se adorar, que tirem no baú.
O mundo pede mais alma, e justamente ao envelhecer e acordar com a claridade do sol, observar a luz e os detalhes, percebe que as crianças não estavam loucas ao dizer que o mundo é lindo, apenas não era reparado, por estar na correria que bobina o sangue do stress. Como ver a vida com outras lentes se não parar para ver? Ao mudar o padrão vibracional é capaz de obter tudo que deseja. Aproxime-se de si, não dos outros para alcançar os objetivos.
Os sentidos do mundo estão tão longe do conforto e limitações. Os versos vem de berço, nem sempre impulsionados pelos pais, mas as pequenas estrelas se encontram nas artes da vida, as emoções sobem das profundezas. Sabedoria interior mantém a energia maior em cada um de nós, com uma base sólida de poder e bem-estar espiritual.
O ciclo da vida é universal, para atingir nem todos os degraus são iguais, é como se houvesse vários caminhos para contemplar o por do sol, final. Uma criança surpreende um velho com um sorriso e um velho surpreende uma criança com um sorriso, dizendo pode vir o futuro é seu, vem sem medo.
Nenhum sorriso envelhece ou perde cor, só quando a alma perde brilho.
Samantha Schepanski
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