Sou do Reggae, sem haver explicação e pra quês. Apenas porque sinto. Embala-me feito rede, quando as lágrimas insistem a rolar, tira-as do drama. Faz cair os murros que impedem que a mais fina flor seja regada. Quem diz que precisa de um back para senti-lo, desconhece a força do Reggae.
Com a guitarra base enfatiza a terceira batida que envolve as frases e versos que falam sobre o amor que esquenta o peito e o que um dia o vento levou. O sexo e principalmente a crítica social, deixa claro que o homem não vive só, em uma ilha. No Reggae não se aceita a hipocrisia do sistema. Esse estilo de música está aí justamente para ampliar os nossos horizontes e abrir a nossa mente em relação à realidade atual do mundo.
Muitos veem o reggae tão-somente como uma forma de diversão e entretenimento, porém, ele não se encurta apenas a isso. Mas, se fechar em apenas em um estilo musical sem nem procurar pesquisar e sentir os outros é burrice. Por favor, não seja, uma “cabeça fechada". Somos feitos de dias e todas as músicas possuem o seu momento.
Reggae é poesia, sentimento, a filosofia musicada que desembaraça a mente, abre as portas das percepções, refugio da paz, que atiça os olhos grandes para enxergar beleza nas mudanças da Lua e escutar a natureza.
Quando contente, estende o sentimento dentro dos centímetros da intensidade nos lábios, só vê quem sente se propagar pelo ar.
Rego o reggae em mim, como se beija uma prece, como o vento balança a árvore no fim de tarde e não tira do seu firmamento, a faz dançar. Seja com o violão na mão envolta de uma fogueira enquanto o céu está em cor de brio ou não, traz as marejadas do mar no peito.
Quando estava inquieta em prantos, deitei na cama com o meu cachorro nos pés como se ele fosse uma concha amarela.
Liguei o rádio no computador e pus um som, que dizia: Agita, agita, agita! Quando o meu conforto na verdade era outro. Desliguei o rádio, fiquei em silencio, dormi, depois, assisti a um filme sobre os Deuses Gregos.
Ao voltar para o quarto ligue uma rádio de reggae, e nela sintonizava: “No Woman No Cry”, em voz feminina, era tudo o que eu precisava. Até regravada parecia ser única.
O tédio que o teto suporta é quando a casa se faz vazia sem som, das batidas que se misturam do peito com as veias do pulso, que possuem a luz que brilha mais do que trilhões de sóis juntos. É a música das esferas, dos leões que guerreiam as trevas por sabedoria, acende a chama da esperança que firma o coração como queima o incenso cortando todos os maus.
Não me faz desencantar da vida com o canto triste das ilusões dos homens, é outra energia.
Ele cheira maresia, pede a liberdade de um peixe na imensidão do oceano de meu Deus, para navegar, não é sedento, mas possui fome de vida em um recife de harmonia, apesar do suor na testa do povo seja jamaicano ou brasileiro, o som atravessa fronteira, pedindo por paz, apesar de toda guerra que de Israel que vive na mente dos homens.
Esteja com os cabelos armados ou não, ele não te julga, ele aceita e tá faz sentir bem, até mesmo com a gravata mais apertada no pescoço, te faz sentir de pijama e chinelo havaiana. Porque traduz o que a alma presa na garganta quer falar.
Faz a mulher dançar sem ser embalada nas vozes a chamando de objeto. Não existem homem e mulher superior, existe a liberdade do amor, nem torna uma raça superior e outra inferior. Serve como um elo e não de escada.
Samantha Schepanski
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