Ainda mais quando os olhos estão vendados com fendas pretas, os passos passam a serem desconhecidos do chão, e segurar a mão de alguém dá ares de servir de auxílio, quebrando a temperatura dos corpos opostos e fazendo-as mais quentes.
As cenas da vida invisível sobrevêm a ganhar outra dimensão, pois a imaginação aflora, desperta os sentimentos.
Sai da máquina de leitura programada, dá lentes de aumento as coisas, gerando várias escalas que desencadeiam o meio descritivo, a extensão dos olhos, enxergando o mundo da maneira mais viva, dando sensibilidade emotiva ao espírito. Sendo a prova de que existe outro mundo atrás do escuro dos olhos.
A leitura visual não é a única e mais privilegiada, se lê além, com todos os sentidos. Mostra assim, que muitos homens são mais cegos que os cegos. Os cegos não são deficientes visuais, digamos assim, pois eles enxergam além do que esta na testa, visão subnormal, como muitos homens, por serem ricos em visões.
Através das percepções das sensações. Investigam o caminho e o canto que a bolacha que se esfarela faz pela boca molhada, o açúcar que se quebra no paladar, o limão que espreme os lábios, clamado é ácido! Os cheiros, perfumes ganham gostos ultrapassam da amostra de essência.
Os cegos falam o que vem por meio dos sentidos, vivem uma espécie de atmosfera que os acompanha, os envolve no todo, desenvolvendo a evolução e percepção. Fazemos a leitura do mundo através da leitura, e como dizem "somos o que lemos". E é dessa forma com que interpretamos a vida, assim, que observamos e constatamos quando alguém esta passando fome, vemos pelo olhar, o sofrimento. A música cantada aos ouvidos que não vemos a interpretamos na mente, mas não enxergamos frente a frente, e mexe com toda a nossa estrutura, da unha do pé ao fio de cabelo. Dependendo da música em ambientes é capaz, de agir com sensação emocional, tornando a música como plano de fundo, para abranger as sensações que se abrigam no peito.
A pobreza e deficiência visual são distintas, há olhos que só vêm os lábios que sorriem em vez da alma, enxergam o próprio ego, mas não vem à mão estendida pedindo ajuda, enxergam o sol se pondo, mas não sentem a brisa dele, há quem só veja o escuro e à quem colorize ele.
Ao tirarmos as fendas, traz a sensação de alívio dizendo: De volta, ao mundo real. Mas seria mesmo, este o mundo real?
Quando se esta com os olhos cobertos se observam com os ouvidos, pelo toque. A mente fica serena, o coração agitado que faz barulho como uma máquina de costura procura o seu equilíbrio, se aquieta para ouvir ao redor.
O lugar ao qual se passa quando é escuro é diferente quando se é claro, o mundo é proposto de várias formas de sabores, dependendo a forma com que saboreamos ele, é que se descobrimos, mas essas tais formas, sempre existiram.
Basta saber saborear, e deixar o gosto da vida escorrer pelo caminho, lambuzando todos os sentidos.
Basta saber saborear, e deixar o gosto da vida escorrer pelo caminho, lambuzando todos os sentidos.
Afortunado de quem vê além do fundo do copo.
Samantha Schepanski
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