Quase noite, no silencio que morre à tardinha. Fui meditar no quintal vasto de casa em que se pode perde-se, jardim dos meus pensamentos onde safra as ideias. No solo do corpo da terra, estendi sobre a grama uma toalha esboçada com a imagem do gato negro de olhos verdes, virada para baixo para não sujar o lado branco, sob a proteção das árvores.
Os muros baixos envoltos com grades como se fossem lanças delimitando o perímetro das propriedades. Cercava a minha tranquilidade, a onde mesmo presa, viajava além. Ouvindo o som da respiração, a minha paz, sentindo a floração da alma.
Com os olhos seguindo as nuvens até quaisquer se desfazerem, no embalo do vento colocava ordem e ritmo nas palavras mentais, até esvaziar a mente e não pensar em nada, deixando-a calada, abrindo o terceiro olho. Entrei no êxtase da meditação.
Sem calculo ao tempo, abri os olhos na pose de meditação, e uma surpresa me dei de cara com três vizinhos nas grades de divisão de terreno, me olhando como se fosse uma Alien em meu próprio jardim. Meu estômago cheio de desejos com o susto senti os desejos caírem na minha mão. Olhavam-me fixos, um se disfarçava com o celular na mão, outro caminhava pra lá e pra cá, e outro não desgruda os olhos do meu sossego.
Imagino se vissem abraçar uma árvore em pela consciência, iriam me chamar de bêbada! A sensação de abraçar uma árvore é indescritível por que é muito sutil, ouvir o som que existe dentro dela, a vida. É limpar a áurea, reequilibrar as energias. O contato com as árvores rejuvenesce, torna uma pessoa mais sensível às mensagens transmitidas pelo nosso planeta, porque entrará em comunhão mais direta com a Natureza.
A onde está a tampa da cabeça da cidade pequena, para abrir e alargar? Chega ser engraçada a tamanha ignorância em terra de solo fértil, onde se é fácil para expandir ao todo o que os lábios falam ou chicoteiam. Os ecos das vozes chegam rápido aos quatro cantos. Como pede O Rappa, ‘algum lugar, pra relaxar, eu vou pedir pros anjos cantarem por mim ’, desconheço esse lugar, até mesmo no próprio jardim da minha casa, embaixo das árvores ao anoitecer na transformação da cor do céu em nuvens de algodão doce negro, no clima de horário de verão com o vento esfriando a cabeça quente.
Sem precisa sair pelas ruas à tarde, deparar com anjo, pega-lo pelo braço, encostar contra um muro e interroga-lo sobre as perguntas mais intimas inquietantes. Para ter as respostas delas. Atinjo-as com a meditação, a verdadeira abertura da mente, que traz grandes reflexos para vida.
O mundo não está acostumado com paz, tanto que ao verem alguém meditando, consideram- o louco. E agora ouvir o som, de um sábado à noite, no jardim de uma casa, considera normal, nem ficam curiosos para saber como está à festa por lá, se estão colocando fogo nas flores ou não.
A paz, que se procura está dentro de si, no interior de uma força inabalável.·.
Toda a negatividade é removível porque não faz parte de quem nós somos verdadeiramente. A essência não é afetada. Tudo são nuvens emocionais que devem ser esclarecidas na compreensão do jardim real. Ao luxo de uma paleta mista de perfumes e cores que o planeta tem.
Quando as mentes forem mais acesas quanto às luzes da cidade, a liberdade vai existir. Enquanto isso, os homens são iludidos, e os animais sim possuem a sua liberdade, e muitos perdem o livre-arbítrio por causa do homem, veja bem.
Samantha Schepanski
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