
Tamanha contradição dentro de si, vontade de gritar pelo o que ama, mas ao mesmo tempo pelo o que teme. De colocar as palavras para fora, mas elas não saem, de querer mudar, porém há o aferro ao cartório de suas lembranças, embora de nem todas significarem coloração em neon e outras serem pretensão, manias, não tinha coragem de joga-las fora, não era por falta de liberdade, mas por comodidade de tê-las consigo para esquentar o peito, capricho do coração. Alicia se acalora com sentimentos e não com o vazio, ela é diferente, mas não diz o que sente. Pensamentos doces, num céu de tormenta.
Nos seus dias pálidos, usava lápis preto e blush, para deixar o rosto com aspecto acerejado, nos dias felizes o mesmo, a única coisa que mudava era o cabelo, desfazia o coque e soltava fazendo charme, ao mundo.
Alicia cansou-se do mar de indecisão, com seus óclus escuros, pegou a chave do carro e ligou o som a todo o volume para ouvir Raimundos e saiu para espairecer a mente, acelerou com firmeza e prazer em ter a direção certa, como não faz com o seu coração. Firmou o salto agudo no chão, estendendo todos os músculos torneados de sua perna direita, que transpareciam na calça jeans clara, e foi comprar uma cerveja, para depois ir pegar a direção para buscar as amigas para sair, brincar de olhar 41 entre os carros, com os vidros entreabertos até ao alcance dos olhos, vigiando Deus e o mundo.
Logo o sol, partia, se deitando no horizonte, trazendo a linha que parece separar o céu da terra. E a música solta no ar, alta, agitada nos quatro cantos do carro, após alcançar o limite da euforia, cansava aos ouvidos, mas não se fazia cansada, mas a vontade de serenar o volume procurando por uma maré calma abrangeu, garrafas de cervejas secas, e o peito querendo interrogar de novo.
Por isso, que se deve manter o coração na linha da mente bem resolvido, para quando ele cansar de dançar, e quiser tirar os sapatos, ter um chão firme para pisar, sem solidão e ilusão, e se caso estiver vago, que não seja motivo tenta-lo esconder, mas de expressar o amor todo dele, porque energias boas derivam energias positivas.
Samantha Schepanski
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