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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A própria Alien do meu jardim



Quase noite, no silencio que morre à tardinha. Fui meditar no quintal vasto de casa em que se pode perde-se, jardim dos meus pensamentos onde safra as ideias. No solo do corpo da terra, estendi sobre a grama uma toalha esboçada com a imagem do gato negro de olhos verdes, virada para baixo para não sujar o lado branco, sob a proteção das árvores.

Os muros baixos envoltos com grades como se fossem lanças delimitando o perímetro das propriedades. Cercava a minha tranquilidade, a onde mesmo presa, viajava além. Ouvindo o som da respiração, a minha paz, sentindo a floração da alma.
Com os olhos seguindo as nuvens até quaisquer se desfazerem, no embalo do vento colocava ordem e ritmo nas palavras mentais, até esvaziar a mente e não pensar em nada, deixando-a calada, abrindo o terceiro olho. Entrei no êxtase da meditação.

Sem calculo ao tempo, abri os olhos na pose de meditação, e uma surpresa me dei de cara com três vizinhos nas grades de divisão de terreno, me olhando como se fosse uma Alien em meu próprio jardim. Meu estômago cheio de desejos com o susto senti os desejos caírem na minha mão. Olhavam-me fixos, um se disfarçava com o celular na mão, outro caminhava pra lá e pra cá, e outro não desgruda os olhos do meu sossego.

Imagino se vissem abraçar uma árvore em pela consciência, iriam me chamar de bêbada! A sensação de abraçar uma árvore é indescritível por que é muito sutil, ouvir o som que existe dentro dela, a vida. É limpar a áurea, reequilibrar as energias. O contato com as árvores rejuvenesce, torna uma pessoa mais sensível às mensagens transmitidas pelo nosso planeta, porque entrará em comunhão mais direta com a Natureza.

A onde está a tampa da cabeça da cidade pequena, para abrir e alargar? Chega ser engraçada a tamanha ignorância em terra de solo fértil, onde se é fácil para expandir ao todo o que os lábios falam ou chicoteiam. Os ecos das vozes chegam rápido aos quatro cantos. Como pede O Rappa, ‘algum lugar, pra relaxar, eu vou pedir pros anjos cantarem por mim ’, desconheço esse lugar, até mesmo no próprio jardim da minha casa, embaixo das árvores ao anoitecer na transformação da cor do céu em nuvens de algodão doce negro, no clima de horário de verão com o vento esfriando a cabeça quente.

Sem precisa sair pelas ruas à tarde, deparar com anjo, pega-lo pelo braço, encostar contra um muro e interroga-lo sobre as perguntas mais intimas inquietantes. Para ter as respostas delas. Atinjo-as com a meditação, a verdadeira abertura da mente, que traz grandes reflexos para vida.

O mundo não está acostumado com paz, tanto que ao verem alguém meditando, consideram- o louco. E agora ouvir o som, de um sábado à noite, no jardim de uma casa, considera normal, nem ficam curiosos para saber como está à festa por lá, se estão colocando fogo nas flores ou não.

 A paz, que se procura está dentro de si, no interior de uma força inabalável.·.
Toda a negatividade é removível porque não faz parte de quem nós somos verdadeiramente. A essência não é afetada.  Tudo são nuvens emocionais que devem ser esclarecidas na compreensão do jardim real.  Ao luxo de uma paleta mista de perfumes e cores que o planeta tem.

Quando as mentes forem mais acesas quanto às luzes da cidade, a liberdade vai existir.  Enquanto isso, os homens são iludidos, e os animais sim possuem a sua liberdade, e muitos perdem o livre-arbítrio por causa do homem, veja bem.



Samantha Schepanski

Que estrela é essa?



Vontades proibidas sempre aumentam, como pode a maçã mordida ter tanto veneno, revirar a selva, derramar vinho no chão, bagunçar o cabelo.  Está começando pegar fogo novamente, o que está acontecendo entre eles? Se esse solstício tem tempo assinalado? Mas, a música adora tocar para vê-los, ironia do destino ela sempre entrar em cena quando vê eles, e assim embala, ao olhar a mão já dele está na dela, e o replay já está acontecendo.

Só podemos se ver escondidinho. O seu bom dia é uma pedra lançada na janela da Morena e um sorriso largo do tamanho do paralelepípedo, pra irem caminhar, enquanto o céu está vermelho. Caminhando sem norte certeiro, feito pássaros terrestres, revirando quilômetros para saciar os olhos com um horizonte, mas tudo é cercado de pedra. E a vontade de caminhar, até os pés pedirem para parar, costeando o mar de um lado e uma montanha do outro e ao chegar ao final, uma praia, quase que deserta.

A tarde passa de carro pela casa dela, só para ver o coração da moça bater. Sabe que fica na varanda onde me varre-se de toda demanda olhando o céu aberto, que parece tão perto, fácil de tocar.
Quando o sol os cintila, enquanto conversam nos bancos coloridos, tudo parece fácil. Quanto às crianças que longe brincam com as espadas imaginárias. Sem querer, um afogo, um carinho, um dengo, uma foto e está dentro do teu abraço. Muito bem, perfume irresistível consequência irreversível!

Cidade pequena, os olhares deles se filmam, ele não disfarça, mas a luz vermelha permanece acesa, ela sorri baixinho quando ele vira.
 Encontram-se em lugares menos improváveis e os mais simples, deveria procurar em um só lugar, o que poderia estar de baixo do sofá. Escorada na guitarra lembra o tempo velho, sente saudade de quando o seu coração era puro e não vivia dentro nesta elegante gravata de quem sabe descrever as mágoas de voar sozinha. 

Ele cheira maresia, atiça-a a vontade de tomar banho de chuva no mar, neste mundão de meu Deus. Como boa pisciana não consegue ficar no ar, querendo bem de vagar pelo pensamento correr no mar. Sentindo o mar, feito ela, turbulento de emoção, e cada gota atingem uma sensação.

Já está ficando tarde, vontade de fingir que é dia e tomar com ele mais um café. Mas, venera ver o rosto dela de surpresa ao sentir o prazer de querer mais. Lá estão eles, escondidos pela rua, com os vidros fechados varrendo a solidão dela, a deles.
Cafajestes, tem a habilidade de fazer todo lance se tornar uma história. De tirar os discos mofados das prateleiras.


Samantha Schepanski

To aprendendo, por favor



Ainda não aprendi a amar e gozar, então escrevo. 


Samantha Schepanski

Medicamento



Terapia: Unha cumprida, carro, som, volume, estrada, velocidade e direção. 


Samantha Schepanski

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Queria



Não queria ser de ninguém
Queria ser tua.
Nada além
Ser crua, nua,
Em frente a quem
Completa a minha loucura
Com você é sobre além
É beber água em dois
E sentir o gosto da embriagues.
Viver molhada sem ser rio,
E não sentir frio.

Samantha Schepanski