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domingo, 7 de abril de 2013

O amor não envelhece



No alto do morro um casal de setenta anos de idade
Com os olhos brilhantes se via lá de cima a jovialidade
Das almas, sentados e com a cabeça um no outro,
E a barba grisalha rosnava o rosto

Da velha moça, seus olhos verdes,
 Refletiam o mato ao redor deles,
Em seguida ele vagarosamente tirou

A mão dos cabelos negros dela
E pegou em sua mão e disse:
- Sua palma, sua vida.
E as linhas da vida cintilaram de imediato
Ela sentiu todo o passado ganhando cor, 
 mais uma vez,

Diante deste ato, levava embora a avidez,
Respondeu com um sorriso no canto do lábio, surrando:

- O engenho do tempo em nossa vida, até hoje está nos amando.
- E irá além, ainda iremos caminhar pelo universo.

- A cada nova manhã ao teu lado me faz não querer ver tuas palavras no inverso.
- Ah, Valentina! Acordar ao teu lado, sempre me trouxe tamanha alegria.
 - Bah velho, como é boa aquela caipira que tomamos após o teu bom dia.
- E o seu beijo gelado ao sabor dela, supera os discos do Black Sabbath.

- Faz cinquenta anos que estamos unidos, ainda me deixa sem palavras, há como não te amar?
- Deixa de ser doce, com seu velho, já faz tempo que nos tornando um.
- Justamente por isso, cada dia é uma nova conquista, o tempo passa num sopro, num...
- sopro... Sopro veloz, que deixa marca e arrepio.

- Trouxe o telescópio?
- Não iria me ousar em esquecer!
- Onde está?
- Deixa que eu pego para você.
Nisso ele também se levantou em passinhos lentos e curtos
Foram ver os mundos com outras lentes, juntos.





Samantha Schepanski

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