Ao abrir da boca da noite, fechei o livro lilás cheio de proeminência na capa, estava deitada na rede e senti o vento gelado em minha pele úmida do sereno que respingava em mim da chuva que era rompida até o teto ao qual me protegia. Lancei o olhar para a estrada repleta de visitas sobre rodas, todos os quais na sua frequência deslizando em busca de algum destino, calado visto por mim.
Ao passar um carro com o emblema de um jornal, lembrei-me da reportagem que me acompanhava aos ouvidos enquanto tomava o café da manhã, ao ver tamanha liberdade correndo pelo mundo, não me neguei a crer que ainda existe prisão na vida das pessoas, não estou me referindo sobre tão unicamente á presídio ou o cárcere da mente, estou mesmo referindo á escravidão que ainda incidem trancafiadas em casas, escondidas dos olhos da cidade.
Em média 2,4 milhões mulheres negras são escravas, convivem com esperanças voltadas a Deus e o dia-dia na malícia do Diabo, vive com sede de viver e impedidas de beber a água da vida para servir aos caprichos de gente insana, querendo ter frutas e pão sobre a mesa sem cascas e farelos, e sem compartilhamentos, com quem não gere lucros.
Muitas mulheres as quais chegam nessas casas são negociadas, vendidas, enganadas, ou até mesmo forçadas e arrancadas dos braços das famílias. Como se fossem passarinhos com as asas extraídas, e mesmo assim submetidas a fazer força física com os olhos querendo saltar para encontrar um bom lugar.
História não é só a evolução tecnológica é a evolução do pensamento, e a evolução é a educação. Apavorante é sentir o vento da liberdade do século vinte e um, o milênio onde a massas são criticas, tem visão, e há ainda mulheres presas. Há quem sabe dessa covardia e não dê de ombros aos berros desesperados, mudos aos olhos, e se sensibilize e mobilize assessorias para acabar com essa falsa vida, tão viva.
Convenhamos que não seja só desse mal que as mulheres sofreram ou sofrem, sobre a liberdade de expressão, e de ser. Muito antes elas eram proibidas a usufruírem o poder das letras, a escrita, proibida individual para interpretar como quiser, sem intermediários, ou não, e sem permissão para tocarem em livros e cheira-los.
Redondamente antes, submissas às vozes dos homens e eclesiásticos. A curiosidade outra vez devia ganhar o caminho da morte, e as historinhas antes de dormir contadas pelas mães sobre a vigia dos pais, para ouvirem o que se era dito, para que as meninas não crescerem e se tornassem mulheres inteligentes, fugindo desse regime do autocontrole. No que as mães eram pegas repartindo as histórias, elas mesmas eram apunhaladas, eram surradas sem dó, igualmente quando a curiosidade ganhava interesse pelas meninas e eram captados pelos ares.
Somente os meninos e homens eram providos da inteligência assim dita pela Igreja, isso é amor a Deus sobre todas as coisas? Ao ganharem idade para a escolaridade demonstrando interesse ou não iam à escola, e os mais desenvolvidos as mais altas classes escolares os chamavam em casa, vindo com o chamamento em um papel dobrado sobre patas de cavalos, e eram levadas embora com suas roupas.
Muitas jovens que nasceram com o dom para a escrita, já revolucionaram esse tempo e conseguiram mudar grande parte, fazendo a sua parte. Por conseguirem uma abertura ao seu interesse, até mesmo só observando de longe já pegavam prática, e ampliavam por si mesmas, algumas naquele tempo ditas pelo regime, como infelizes sendo pegas lendo mais perfeito que muitos homens e atrair os governantes de escolas para juntar-se a eles, porém a família não permitia justamente frequentemente o pai. E a fuga foi fugir, transformando o estilo, se tornando homens, cortando os cabelos, mudando as roupas, ingressando assim em uma nova vida, para poder sublevar essa realidade, dando as caras ao mundo, deixando o aconchego da casa, que no fim nem tão aconchegante era, por viverem sufocadas por suas vozes.
Conservando e cumprindo o disfarce, vistas como homens, conquistaram palanques, através de alguns dos grandes centros e o clássico fenômeno da propaganda boca a boca, assim puderam ajudar que já havia lhe estendido á mão, e a quem a apedrejou, com o sonho limpo e a face escondida. Bem-aventuradas, foram em busca do que sonhavam, amaram homens vestidas de homens, sem limites nos passos chegaram a onde chegaram, algumas foram descobertas por traz de seus panos, mas e as outras? Quantas outras existiram assim e não foram descobertas? Como consta no filme, Papisa Joana, um exemplo como um céu estrelado na escuridão.
Antigamente a escrita era mais valoriza, disputada, vista como um caminho que fosse possível de discernir caminhos, capacitado da construção interior e exterior. E hoje tão pouca levada a serio, pela preguiça pousar na mente de gente que se julga impotente. Porque agora que se é livre a escrita, a mente anda adoecida para proclamar?
A mulher veio ao mundo com uma das missões ensinarem o que é o amor para o homem, mesmo doces, com uma sensibilidade desigual, geradora de luz e vida, intensivas algumas vezes que assustam, são guerreiras, possuem de inúmeros atributos como sabemos, mas também possuem seus defeitos, cada uma é única, cada uma é uma revolução pelo todo.
A escravidão ainda existe triste, alguns não sabem, outros fingem não saber, e outros ao saberem ficam pasmos por sentir que esse mundo ainda existe, já imagino se possível ajudar a acabar com isso?
Ninguém é escravo de ninguém nesse mundo somos espíritos livres, presos na gaiola giratória mediante a um ser superior, escolhas nos são dadas, todavia cabe de cada qual decidir o seu caminho.
Samantha Schepanski
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