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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Antes que não dê tempo


Se o dia estiver cinza, pega os lápis de cor e colorize sem medo de borrar, as margens de suas ideias, pois nem todas as nuvens são padrões, elas fogem de si, entre si e se fundem nelas, feitos lençóis tingíveis num nuace, voam pelo firmamento para não tropeçarem em nós.
 Observe só como as árvores se divertem rindo se você está com medo do perigo, e quando você acerta elas aplaudem, elas riem na sua dificuldade só pra aumentar a tua própria criatividade, para achar os porquês e reverter porquês.
Ou talvez elas nem riam, vai da conversação da sua alma com a mente, e isso seja você mesmo se desafiando com os anjos e demônios que habitam dentro de si.  Não considere porque os girassóis estão recolhidos sem sol, que todos tenham que ficar sem claridade, a vida é equilíbrio nem muito ao sol, nem tanta lua.
 Há dias que não se pode esquecer-se da luz que cada qual possui, e passar pelas lamas da vida como faz o sol iluminando, mas não fixando nelas, passar só de passagem, não se deixando aspirar. Pois o lugar mesmo que quase nem cabe na vontade de morar é onde as emoções boas graduam como brasa no fogo, e não se espera o fim, porque o lindo é ver incendiar. Então, vai pintando, imaginando, contornando seja no papel sobre a madeira ou os caráteres da vida, que o sol logo está se pondo.





Samantha Schepanski

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Acordo com o vento


Fiz um acordo com o vento, permiti a entrada dele em minha vida, não fico mais presa, grudada ao chão, aceitei ele quebrar as correntes das minhas pernas, com tanto que ele me leve para um bom lugar, cheio de emoções boas, fornecendo brisa para me fortalecer. 
Agora ele não me arrasta mais, ele me leve. A partir de agora, visualizando o mundo através do filtro das experiências, e nas ideias intercambiáveis deixo o vento assoprar as encaixando no seu devido lugar.
Navegando no clima buscando tranquilidade, a expectativa ficou na saudade. Nos braços do vento dançarina, ensaiando os movimentos ultraleves.




Samantha Schepanski

Conquista

Dinheiro é um golpe,

Prefiro as poesias num envelope.





Samantha Schepanski

Carta colorida

Recebi uma carta colorida em minha porta a qual veio num voo de um sentimento bom por uma pessoa querida, a qual me dizia que a vida é muito para ser vista em tão pouco. O olhar egoísta é que faz os murros altos terem existência, as vozes se calarem feito uma antena gigante onde pousa uma mosca silenciosa com ares cheios de sons.
 Ao encostar a mão no papel e o coração na poesia, senti que o mundo estava carente de atitudes de amor de carinho, não tão só como esta, que aquecem os ossos, não é preciso estar apaixonado por alguém para que se possa dizer “eu te gosto” de verdade, o sentimento envolve o todo e existe para todo mundo. As palavras fartas de sentimentos bons se encontram em quem tem sentimento bondade dentro si e há alguém que as compartilhar. Emanar energias boas para quem nos faz bem é retribuir o riso cheio que nos trazem, independentemente se ela mora longe ou perto, o que importa é o que elas são.
Somos feitos de pensamentos e eles podem alcançar as pessoas as quais queremos bem, através de uma onda pensaria, poesia, ligação, música, filme, conto, carona, aventura, sensação, conselho, um livro deixado na praça, trocas de experiências é aí que se encontra a infinidade do bem querer.
Como dizem “tambor faz barulho, mas é vazio”, não se deve basear nisso á quem deseja ter uma vida de sensações, pra quem apetece mais dela. Sentir, dizer e expressar são concordâncias da prova de um sentimento que há por traz do que se é visto.
Acontece que as pessoas estão adoecidas por sentimentos decepcionados por serem contagiadas ao convívio por pessoas que descreem no amor, amargas deixam brasas de quem tudo é farsa, e o olhar não se vai muito adiante, que a fé existe, mas é limitada, isso é vida? Isso é fé?
Sabe mesmo, porque existem pessoas loucas? Para fazer o que os normais não fazem. Mas seriam ditas loucas assim mesmo, pessoas com vontade por vida? Que olham dentro dos olhos como a comunicação principal, encontra a alegria na singeleza, faz as unhas enquanto conversa tomando um café, pisa descalço no mato, corre no asfalto, viaja em busca de memórias novas, vive escutando musica junto da caneta e do papel, dança até os pés gritarem, abraça forte sugando as energias ruins e reabastecendo o peito.
Muitos julgam a vida ser sem graça, mas o que fazem dela? Como dão a mão para ela? Com surras linguísticas, sem esforços, conquistas, esperam que ela sorria e caia feito brisa em sua vida, esperam ver o céu estrelado mas com o véu negro sobre elas as impede, ei moça tira o véu e olha ao seu redor.
Pessoas que vivem num mundo bom são porque tem pessoas boas ao seu lado. Gente que surpreende positivamente não é uma espécie em extinção, não. Trocar mais energias com a vida, não ver só a energia nos fios dos postes, viver com mais intensidade faz com que ela ganhe valor, tudo passa enquanto o mundo gira, ter vontades como lembranças, limita muito.A mudança do embalo do próprio é que muda o mundo.




Samantha Schepanski

sábado, 25 de maio de 2013

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Casa azul

Não nasci há dez mil anos atrás como Raul Seixas, nem na Era dos dinossauros, mas ouvi falar e estudei sobre como era. Meu corpo vive nesse mundo moderno ameaçado, porém os olhos da minha alma dizem mais do que eu sei.  Nesse século onde os dinossauros já desmancharam o mundo antigo, onde a maioria dos homens se distanciam da voz legítima da vida, geração onde sentimentos são esquecidos e inúmeras qualidades são ofuscadas pelo dinheiro pela publicidade massiva... Onde existem riquezas que deixaram de serem enxergadas por estarem cego a ilusões.
  Mesmo assim não deixou de ser rompido o sol nascente que banha cada manhã as colinas, estradas, ruas, casas, pessoas e sonhos, e o sol é o mesmo que nutre a terra de energia. Desde os tempos distantes os sonhos são viciantes, o sorriso tão contagioso quanto o bocejo, a tristeza um poço. E os sonhos dos homens em contexto geral se baseiam na construção de uma família, na estrutura de uma casa, e sucesso tanto profissional quanto pessoal, e diante disso parece que a vida andaria em equilíbrio, mas sempre queremos mais e mais, não acomodamos nossas vontades.
 Se parássemos para perceber que há uma história inteira por traz de uma casa, encontraríamos o belo da vida e veríamos com outra visão, refletem a personalidade de quem mora e o relacionamento de como que é fundamental, ao mesmo tempo em que possuem um significado mais pessoal para as famílias e indivíduos que vivem nelas. As estruturas físicas dentro das quais trabalhamos e vivemos possuem tanto qualidades funcionais quanto simbólicas, e quase sempre é um entrelaçamento de ambas.
Quantos arcanos ela guarda, não? Imagine então uma casa que quase possivelmente pode se considerar enraizada ao solo por existir á tanto tempo e permanecer conservada, a qual vive adormecem-te, azul de madeira com detalhes brancos, plausíveis de rosa, com janelas com vidas fechadas, e as janelas do sótão representando os olhos do céu, através das quais o sol penetra, árvores como proteção, roseiras bravas ao redor, conservada em uma avenida movimenta por carros, buzinas berrantes, e na esquina do lado de um mercado, então? Não há quem não olhe, como se fosse uma pedra central, causadora de saques de olhares e imaginações de crianças, jovens, adultos, senhores, querendo imaginar as cenas que protagonizam a vida de uma casa restrita, onde não abrem os braços das janelas para dar bom dia para o sol, para ele correr pelos corredores. Alguns olhares calados, outros correndo, outros companheiros de canto a canto, independente da vida do olhar todos arriscaram desvendar os mistérios, mesmo estando cobertas as miras.
Então uma casa por muito tempo ganhou espaço em um território, e conforme a cidade foi se desenvolvendo ela foi acompanhando, observando. As crianças que passavam com os saquinhos de balas coloridas abrindo ao saírem do mercado logo do lado, que sobrevinham com o pescoço torcendo, hoje passam de carro com os filhos nos bancos de traz. O futuro o vento não deixou de soprar, a vida agindo, girando, e a casa da esquina azul fazendo parte do patrimônio da cidade e das histórias imaginarias das crianças. Até que então, a globalização do desenvolvimento aquisitivo, derrubou a casa para que pudesse construir um estacionamento, e o cenário das imaginações, recolheu suas madeiras e partiu. O desenvolvimento da cidade é importante, possui tanto o seu lado positivo quanto negativo, o ruim é que conforme o mundo vai se desenvolvendo alguns valores vão se perdendo, a natureza se escondendo de si, se camuflando cada vez mais em seu território, diminuindo por ser atingida pelo dinheiro.
Ao longo dos tempos da humidade percebemos que o homem toma o espaço que bem entende, recreia-o a sua imagem e semelhança, por sua ganância acaba por sucumbir no próprio ambiente que construiu.
Já imagino se o desenvolvimento do mundo fosse com aspectos sustentáveis nas cidades, que olhar a gente teria? Como a vida seria? Viveríamos com tantas fotos de lembranças para não deixar os lugares morrer?


Um ponto interessante, é descobrir que todos os mistérios podem ser desvendados com o tempo, nada na vida é tão limitado assim, a casa que não se abria, vivia dentro de si, e servia como um ponto principal, hoje foi revelado, e amanhã o que mais será desvendado? Esse foi um caso, mas há tantos outros... Antes não se via nada, só se imaginava hoje esta nua e crua, e aos poucos tão solitária e sumiu. Mas permanece desde já, como um ponto marcado da história das quais cidadãos  de uma cidade vigiavam. Ou era a casa que os vigiavam?




Samantha Schepanski

terça-feira, 7 de maio de 2013

Escudo de energia

  Há pessoas que tem a alma colorida vista á quilômetros de distância, independentemente da força do vento que tenta conturbar os seus pensamentos e bagunçar o cabelo, ela permanece firme como uma árvore, algumas de suas folhas caem, mas ela permanece resistente, se preciso chorar ela desagua, pois encontrou a sua liberdade e chora quando for preciso, como solta o sorriso até mesmo quando não possui motivos.                                                                                                        É livre da escravidão mental, expressa toda a sua bagagem emocional interior para o universo exterior, pois só assim é totalmente dono de si, e é capaz de esvaziar os tumultos da mente, sendo bem resolvida, deixando nada para traz, dando vida ao futuro, pois bem entende que o equilíbrio depende da serenidade da mente.                                                                                                         O estágio da mente equilibrada e feliz, para existir de verdade e ser constante, a um porque muito além do que se é visto. Um passado descolorido, com ecos de gritos de vozes desesperadas, as lágrimas que tanto rolaram pela imensidão do chão do seu quarto enquanto pensava na vida, olhando com os olhos cansados a parede vazia, fez crescer um estado de aprofundamento de si, pois é no silencio que se encontra o maior grau da sabedoria, e assim foi possível encontrar a chave para abrir a porta do quarto e conhecer novos mares, depois de se conhecer pode conhecer o mundo, e entrar onde fosse sem insegurança.                                                                             Alinhou os pensamentos, nutri-os, pois a mente grava por repetição, reciclou o brilho no olhar e mirou os olhos em uma meta, e assim toca a balada do amor inabalável, deu vida ao cérebro e amor ao coração, pois os seres humanos existem para salvar uns aos outros, e expandir energia positiva por onde passa, assim como faz o sol derramando luz por onde passa. Devemos nos libertar de tais registros que estão na alma, pois não estão na mente. Se o Universo acena com mudança... É melhor não resistir, desapegar e deixar que ele desorganize tudo que for preciso para que um novo começo possa acontecer...                                                                                                        Permitir a vida girar e ver como a história vai acabar, ser pessoa do futuro. A lei da atração foca do presente para o futuro e não o passado o passado já se foi, então viva o hoje o presente eterno a única realidade que realmente existe com toda intensidade do seu ser.                                            Por isso, os exagerados, são invejados, por viverem intensamente, mas ao mesmo tempo, não vamos negar a si, que tudo existe em perfeita sintonia, assim prova Yin Yang que expõem a dualidade de tudo o que existe no universo.                                                                                                                O lado exagerado de cada um também deve ganhar ritmo na rotina, pois felizes deles que vivem o mundo do seu jeito, vistos por outros sendo todo errado, apesar de que os julguem não tem tempo para responder o que pensam deles porque estão muito ocupados com suas loucuras, construindo seu mundo. Em vez de encarrar as pedras da vida como quem carrega tijolos imaginam como quem carrega caixas de som, vão dançando conforme a dança não perdem a esperança por mais que suas mãos calejem. Explodem seus sentimentos, vivem eufóricos não tão somente no carnaval, arriscam em tocar nas estrelas e como suas mãos não alcançam cativam os instantes o belo com brilho das estrelas. Aumentam o som, sem medo como se estivesse colocando açúcar demais no doce, deixam as batidas das músicas vibrarem e mente viajar em um território bem distante dos moralistas, calculistas.
Se estiverem amando dizem, fazem absurdos, se estão em uma maré nevoada sem saber para onde seguir, param em uma ilha e analisam a situação, se não estão satisfeitos nadam contra a maré. Quaisquer que sejam os momentos vivem absorventes, para poderem colocar a cabeça no travesseiro e não se arrepender de não ter feito o que queriam, e nem planos assassinos de sonos, pois no amanhece eles descarregam as suas manias.
E os equilibrados que tanto pensam, assistem as cenas da vida, e quando se convencem que chegou a sua vez, descarregam as suas expectativas embrulhadas no bolso. Mas á fases que esperar cansa, e se aventurar demais faz perder oportunidades, por isso o equilíbrio das energias, o equilíbrio das doses, é o segredo que poucos sabem, permitindo assim não deixar de ser quem é e não deixar e se reinventar.
Convém que as pessoas mais felizes sejam as mais tristes ou já foram, e aprenderam a se defender com o seu próprio escudo, aprenderam a viver, sem pertencer às expectativas e exigências, vivendo a vida com o espirito livre o coração cheio, e ao se deparar com pessoas rasas, as ajudam, pois sabem que nem todas tem a delícia de ver o belo da vida, e se possível às informam. Não deixaram de serem sonhadoras porque o destino não assinou seu bel-prazer porque vem à vida maior. Cultivam a espontaneidade sábia como antenas de suas energias.




 Samantha Schepanski


Colecionadores

Cansa-me essa mesmice, conversas rasas, olhares vagos, porquês sem vida, e a vida seguindo alienada e todos se considerando normais. Pessoas tão artificiais presas na gaiola do mundo, numa vida tão natural. A concorrência em colecionar a humanidade em vez de se compartilharem.




Samantha Schepanski